(..) É uma pintura de afectos. E afectos porque é por eles e com eles que é feita a tua pintura. Se ela, a pintura, nasce antes ou depois dos afectos que pões no teu ofício é coisa que aqui não importa; pois toda a pintura é gesto e sinal sobre um qualquer suporte, sempre tolerante e prenhe de generosidade. Assim é também a tua, onde as cores engordam num desvario que aos poucos se vão organizando em figurações que inventas e reinventas, como se de um quadro único se tratasse. (...) Sobre a pintora os seus afectos, é a pintura que a atraiçoa: a arte é esta falsa opacidade, onde tudo é revelado, tudo é claro e tudo é luz. Assim a tua pintura se desnuda e se mostra, na ânsia de uma utopia que só a arte permite."
Alberto Péssimo